Antes de mais nada, família, chegamos e estamos bem. Podem ficar tranquilos, no fim deu tudo certo (é, no fim mesmo. Mas calma que eu vou explicar tudo...)
Como diria Ariano Suassuna, só existem dois tipos de viagens de avião: as de desastre e as tediosas. Ainda bem, a nossa foi do segundo tipo (mas quase que virava do primeiro, porque a vontade era de esganar um)!
Bom, chegamos no aeroporto de Recife as 15h e fomos direto para o quiosque da PlasticBag embalar as bagagens que seriam despachadas, aproveitei, comprei meu saquinho para líquidos. Arrumei a mochila rapidinho, passaportes na mão e fomos direito despachar as malas na TAM. Aí começou o primeiro estresse do dia: digita, digita, digita, confere documentação, vistos e tome digitar mais e mais. E demora, e demora. Até que o marido impaciente pergunta "Ow dona moça, porque que tá demorando tanto? Tudo certo aí?". Para resumir a história a balconista não estava conseguindo nem registrar os 3 trechos como uma só viagem, nem o sistema reconhecendo as siglas das cidades e aeroportos para onde iríamos. Eu sei que demoramos uns 40 minutos em pé, até que ela resolveu levantar e ir perguntar para alguém. Mais 10 minutos depois volta e ela com a solução para finalmente e despachar as bagagens. Ufa! Agora corre para embarcar porque já estão chamando para entrar no avião.
Nessa hora eu fiquei até agradecida pela demora da moça da TAM porque assim não deu tempo de ter aquelas despedidas sofridas, comigo e a minha mãe chorando como se não houvesse amanhã! Sangue italiano nas veias, sabe como é o drama... Mas até que não foi tão mal, perto de todo o potencial de lágrimas dela, hehehe! Beijo Mãe! Sem contar que no dia anterior nós conversamos e falei com a sogra também pedindo para maneirarem. Eu sei que distância é ruim, que ninguém gosta, mas credo gente, ninguém ta indo pra forca. Estamos felizes e indo em busca de algo melhor. Podem ficar tranquilas que se não der certo a gente sabe o caminho de casa, pode deixar que a gente volta. Não vamos ficar sofrendo à toa. No fim das contas Mama Lu até deu uma choradinha mas nada demais e a sogra foi uma lady, se comportando direitinho.
Corremos para a sala de embarque, e quando chegamos lá já estavam todos entrando. Voo tranquilo, 3 horas mais tarde chegamos em SP. Não precisamos pegar as malas, mas tivemos que sair da sala e ir fazer o check in novamente na American.
Segundo estresse do dia: Chegando lá a moça do balcão me fala que tem um problema na minha bagagem, naquela confusão de Recife registraram minhas 2 malas com o mesmo código, como se fosse só uma. Aí eu pensei, pronto me lasquei! Ai meu Pai! Rádio para lá, rádio para cá. Pronto senhora, tudo resolvido, acharam as suas 2 bagagens, elas estão mesmo com códigos iguais, mas pode ficar tranquila que as duas embarcaram. Eu não sei vocês, mas quando alguém me diz "pode ficar tranquila" e não me mostra o trabalho pronto, fico logo desconfiada... Já fui pro próximo voo rezando para que se alguma extraviasse fosse a caixa e não a minha mala com todas as roupas dentro. Ainda bem que por via das dúvidas deixei na mala de mão algumas peças, assim se desse problema não precisaria sair do aeroporto direto para comprar roupas, pensei.
8 horas mais tarde e uma noite muito mal dormida, começa o terceiro estresse: chegamos em Miami e não sei porque cargas d'água (acho que era greve dos funcionários) só tinham 3 guichês para fazer a imigração de toda a galera, e os voos não paravam de chegar. Demoramos 1:30h em pé para sermos atendidos, e claro que perderíamos o próximo voo que seria dali a meia hora. Cansados, com sono, dormindo sentados (classe econômica é fogo...), comidinha muito mais ou menos, 1:30h em pé na fina eu já estava começando a perder a esportiva. Mal sabia eu que ainda vinha mais coelho dessa cartola.
Quando finalmente conseguimos ser atendidos pela imigração em Miami, o oficial carimbou meu passaporte mas reteu o do marido! E nos mandou para uma sala cheia de latinos (não sei se coincidência...) e nos mandou aguardar para maiores verificações. No fim da história acho que eles escolhem isso aleatoriamente mas poxa, assusta. Depois de mais 1:30h esperando, um policial de sobrenome latino nos chamou para uma sala e começou a fazer um monte de perguntas. Qual seu nome, de onde você é, o que você veio fazer nos Estados Unidos, quanto tempo vai ficar aqui, porque você está indo para o Canadá, como você conseguiu esse visto, quem te deu essa ideia de ir para o Canada, com o que você trabalha, vocês são casados, (agora para mim) qual seu nome, com que você trabalha, porque você está indo com ele, você quer mesmo ir para o Canadá... Daí ele deu mais uma olhada nos passaportes e nos liberou. O marido perguntou se eles podiam explicar porque fomos parados mas o policial simplesmente disse que não podia dizer.
O marido tem um nome bem comum e os dois sobrenomes mais comuns entre os brasileiros, fiquei com medo só dele ser confundido com alguém, vai saber! Mas acho que eles escolhem mesmo randomicamente. Teorias de conspiração à parte, agora sim a gente tinha perdido os voo de vez, tivemos que ir buscar as nossas bagagens, passar todas elas pelo raio X e fomos remarcar nosso voo na American, o que conseguimos sem nenhum problema. Ligamos pros nossos amigos para avisar que iriamos nos atrasar e para a sogra que contaria para a mãe, só para não ficarem preocupadas, mas decidimos não contar tudo de vez. Imagina as duas sem entender direito o que estava estava acontecendo! Minha mãe e a pressão alta são intimas, não ia rolar...
A gente tava morrendo de fome, já era hora do almoço para nós, mas preferimos entrar logo na sala de embarque e foi o melhor que fizemos. Eu nunca tinha ido aos EUA, então não sabia o que esperar, mas é enooorme lá dentro, cheio de restaurantes. Como ainda tínhamos 1hora antes do voo, deu para comer com calma.
Finalmente embarcamos, mais 3:30h até Montreal, essa brincadeira cansa, viu?! Fizemos a imigração aqui sem problemas ou dramas, achei rápido até. E a melhor imagem do dia foi ver o nosso amigo lá nos esperando!
Estamos em Ahuntsic, na casa de amigos brasileiros muito queridos que nos acolheram com muito carinho, incluindo o bebê da casa.
Então é isso, o Alce está em casa!
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Levando o Alce para Casa